A estratificação social brasileira vem sofrendo mudanças.
Em um panorama no qual seja feita a divisão da sociedade
entre empresariado , trabalhadores sindicalizados , havendo ainda uma distancia
de posicionamento entre urbanos e rurais , classe media , e o setor não
participativo que inclui pessoas que poderiam estar entre os três outros
setores citados anteriormente e boa ou maior parte dos que vem abandonando a linha
da pobreza , as modificações se deram em
numero , prioridades e diferenças.
Começando pelo empresariado , neste setor incluo não somente
os maiores empresários , as lideranças , com mais poder de investimento , maior
faturamento , sustentável , diga-se de passagem , e com mais dinheiro , também
os empresários que inclusive ainda estão na classe media porem os acompanham em
pensamento , posicionamento politico e muitas vezes eleitoralmente.
A licitação de rodovias , aeroportos , ferrovias e portos
marítimos antes sob administração do Estado sendo licitados a iniciativa
privada , ação ou medida estrutural , encolhe o Estado , porem parte da
iniciativa privada ou empresariado como vem sendo definido este grupo social
reage com desconfiança e má vontade a novos investimentos e de certa forma a
política do governo Dilma.
Ou seja fatos não estruturais como a mudança de um nome no
comando de uma empresa , na qual o governo é majoritário , irradia ao
empresariado um sentimento de desconforto ou quase intromissão , poderia dizer
que legitimo como o do governo pois este
é majoritário , mas não estou avaliando méritos e sim consequências junto a um
setor e como as ações subsequentes são afetadas , acompanhado de atrasos em
investimentos sendo outros fatos os mais importantes para isto mas se juntando neste
momento.
Neste ponto entra o papel do conciliador , do político , e
obvio Lula é o nome a ser discutido , tem qual importância , o desempenho do
politico enquanto ator deste papel de apaziguador , bombeiro ou conciliador dos
interesse dos diferentes setores , que tem diferente poder monetário ,
diferente numero de pessoas , diferente formas de ação politica e diferente
capacidade de interferirem na vida pública.
Escrevi que Dilma era
um upgrade de Lula , com maior ênfase na gerencia , na produtividade e
com 6 anos de aprendizado e conhecimento sobre os que estava acontecendo e
planejado para o país. Exatamente o que ela vem demonstrando , com instituições
mais fortes , o fisiologismo encolhendo e a popularidade herdada , o raciocínio
era que seria possível um maior atenção a gerencia e administração que a
resolução de questões políticas e da sociedade civil organizada , tudo correndo
dentro desta linha de raciocínio e o governo com bons índices dadas as
condições mundiais atuais e popularidade em alta.
Dois anos de governo , e de fato a diminuição dos
investimentos privados como um posicionamento mais distanciado do empresariado
é a maior diferença politica para o governo Lula , gerado por mudanças menores
, porem suficientes para haverem consequências ao país.
Dentro deste raciocínio qual passa a ser a importância de
nomeando , Lula e sua habilidade politica e qual passa a ser o peso de uma
gerente extremamente qualificada , no Brasil temos os dois , no primeiro
governo a politica na presidência e a gerencia na Casa Civil , no segundo a
gerencia na presidência e Lula na retaguarda.
Perda de espaço , não em tamanho mas em importância no
quadro da vida nacional , as pequenas rupturas passam a ser uma bandeira
politica que une parte deste setor designado como empresariado , temos um fato
politico e a importância mais que o atual tensionamento é a possibilidade de
avaliarmos o novo empresariado brasileiro. O quanto cresceu e quantos novas
pessoas e com quais características hoje existem neste setor liderado pelos
maiores empresários mas que atualmente tem uma cara nova da de quando começou o
governo Lula.
Qual o tamanho e a capacidade de influenciar que suas
lideranças avaliarão deste fato , a tensão não é grande , concessões foram
feitas , investimentos ocorrerão , porem a um ensaio de manifestação de um
setor da sociedade civil.
Junto a este fato temos a mudança na classe trabalhadora
sindicalizada , atualmente a maior parte na classe media , voltada não mais
para o confronto com o empregador como classe e sim para suas condições de
trabalho , possibilidades de mercado , abrirem sua oficina , sua loja , e os
aspectos do futuro de seus filhos , muito melhor , o que diminui o sentimento
de insatisfação que pode gerar o
sentimento de se colocar a culpa no empregador , como também de participar nas
questões políticas , partidárias e sindicais. As coisas melhoraram a emulação
diminui.
Nenhum risco politico eleitoral, as lideranças , mais
afeitas e intimas do neoliberalismo tucano e com capacidade de se associaram ao
capital estrangeiro seriam os únicos beneficiados com a política tucana, porem
irão tentar engajar ou convencer o restante da classe , as desvantagens e
pouquíssimo apelo eleitoral da oposição tornam a possibilidade remota e menores
ainda as chances eleitorais da oposição.
Mas o fato é que isto pode resultar ou ser um sinal de
mudança da opinião pública , a sociedade mudou e podemos agora estar presenciando
uma manifestação de um novo setor desta nova sociedade que influenciará a ações do
governo , o raciocínio é que não muda o governo porem este sensível e responde
a manifestações da sociedade civil . Se
houver um aumento de um setor e este souber se fazer representar ,
legitimamente , isto deve gerar consequências em emendas e ações do governo , ainda que continuando o governo
da coligação este passa a ter posições que mudam de acordo com a influencia da
sociedade civil organizada , e podemos estar assistindo um momento histórico no
qual a iniciativa privada , por enquanto principalmente as lideranças , passam a almejar terem um papel e espaço maior após o
período de predomínio dos movimento sociais. Dilma vem observando este fato e
tratando , mesmo o fato envolvendo mais especificamente um setor do
empresariado , este em seu todo , se referindo a classe a não encurtando o
debate centralizando este grupo , citarei o setor naval e os pequenos empresários
como opiniões diferenciadas sobre o governo, ou seja
atenta para o aumento deste setor que raciocina como empresário e que em algum
momento se relacionará mais ativamente com o governo em seu todo.
Afora interesses particulares , maior lucro , ou vaidades , condições que
tornam menores a capacidade de pressão do empresariado , e não sendo uma pressão
radical ou que gerará mudanças radicais ou estruturais , podemos ver a nuance
ou formação de um novo empresariado e perguntar se ele seguirá a posição de
suas lideranças , muito próximas da velha mídia , ou fará com que estas
lideranças tenham um novo posicionamento garantido a unidade do setor e
colocando os interesses do setor em primeiro lugar , não tentado direcionar o
setor partidariamente para com isto elas lideranças almejarem lucros políticos
setoriais. As consequências serão maior credibilidade e
respeitabilidade dos outros setores , desalinhamento com a politica
internacionalista neoliberal da oposição e com a velha mídia , não colhendo os
frutos do que esta plantou na ultima década , a partir dai ocupando um maior
espaço , sem alinhamento político eleitoral prévio , se solidificando como
sociedade civil organizada ao invés de escudeiros de um determinado partido ,
deixam de serem militantes partidários e se tornam marcos representativos
dentro da sociedade.
Como os sindicatos dos trabalhadores , anteriormente
basicamente cabos eleitorais do PT , hoje em dia representantes classistas ,
com credibilidade e sólidos na sociedade ,
com um engajamento prévio de seus filiados ao governo muito mais pelo que é a oposição , sem adjetivos
, do que por alinhamento com o governo ou um partido.
O empresariado antigo reduto da direita e com numero pequeno
recebe o aporte do desenvolvimento econômico e social dos últimos dez anos ,
ensaia um ação politica , porem independente do resultado vemos um embrião de
uma nova classe , os que chegaram não são o que se chamava de dinheiro antigo ,
cresceram e ganharam dinheiro com um governo progressista , por condições e
capacidade de trabalho enriquecem e se tornam membros de uma nova categoria , e
provavelmente modificarão o posicionamento público desta categoria como o
quadro social brasileira conjuntamente com o desaparecimento do setor na
extrema miséria e aumento da classe média.
Porem terão interesses diferentes dos de 10 anos atrás , o que assistiremos é o comportamento deste
setor , tamanho e posicionamento público desta categoria , se serão cada vez
mais frequentes e de que forma serão , se haverá unidade , ou será um simples
combate de interesses com o governo por parte das lideranças.
Para encerrar um raciocínio ainda incompleto citarei o setor
da construção naval , quase fechando as portas no governo anterior e hoje
bombando , os pequenos empresários que surgiram em todo o país os quais não foi
ainda possível avaliar seu posicionamento e o os efeitos do Embrapi lançado
pelo governo.
Mais pessoas pensando como empresários , mais pessoas como
empregadores , mais pessoas com diplomas , menos pessoas na miséria e temos um
anova sociedade brasileira , fato observado pelo governo com a indicação de
Dilma , sua eleição e atuação e forma como a presidenta vem gerenciando esta
nova sociedade.
Havia esta expectativa de quando e como estes setores que
foram encorpados e com menos resistência do restante da sociedade iriam se
manifestar , e de que forma e respondendo a quais lideranças , mas este pequeno
tensionamento entre setores da iniciativa privada , alguns empresários e
investidores , pode ser o inicio de uma maior
participação desta categoria na vida pública e mesmo política partidária ,
talvez mudem os partidos , o BNDS , as exigências quanto ao Estado , atuação
partidária , difícil prever
Um novo quadro de sociedade , que deverá atuar de forma menos
barulhenta que os movimentos sindicais , sem bandeiras como a miséria ,
soberania , ou deste quilate levando a sociedade brasileira a novos tempos e formas
de resolução dos diferentes interesses dos setores desta sociedade. Uma obra
arte nova , um filme espetacular , uma nova tecnologia , para quem gosta de politica social é a situação
que temos no Brasil. O choque é quando vemos estas discussões e as comparamos ao noticiário
da velha mídia nas últimas décadas , o atraso , a burrice , a desinformação , a
manipulação , são enormes os estragos que a velha mídia , tudo que a envolve ,
causa a uma nação.
Um novo panorama social e os novos fatos que surgirão como
mudança de comportamento público de seus setores e consequências nos governos
que serão eleitos , legislação , aspectos culturais e em todas as áreas .
Difícil imaginarmos a velha mídia participando este debate ,
mas mesmo os blogs sujos ou progressistas podem observar a mudança de importância
dos assuntos nacionais , candidaturas de fulano ou beltrano como as quem vem ocorrendo
, um impasse em licitações , um PIB menor , talvez não sejam os fatos
estruturais ou mais importantes neste momento para o país , e sim o começo da
modificações sociais que o plano de governo em andamento nos últimos dez anos ,
Santayana escreve em seu texto sobre isto , geraram.
.
Gostei do texto
ResponderExcluir